terça-feira, 13 de outubro de 2009

FIA pode cobrir o cockpit para proteger pilotos

Iniciativa está sendo discutida com mais força após acidente com Massa
Natali Chiconi

De São Paulo

Os membros da comissão de prevenção de acidentes na F-1 estão discutindo a possibilidade de cobrir por completo os carros da categoria, com o objetivo de evitar danos na cabeça e pescoço dos pilotos.

Em evento realizado nesta terça-feira, que contou com a presença do piloto Nico Rosberg, o ex-piloto Christian Danner, que é embaixador de segurança da Allianz, disse que estão discutindo a melhor solução para evitar ferimentos à parte do piloto que fica fora do cockpit.

Na ocasião, Danner afirmou que o acidente de Felipe Massa no treino para o GP da Hungria, em julho, contribuiu para que revissem os conceitos do esporte e da segurança na principal categoria do automobilismo.

O executivo disse que tomar medidas drásticas, como cobrir totalmente os carros, seguindo o padrão dos aviões-caça, é uma alternativa que está sendo analisada.

"Felipe teve um grande acidente em Budapeste. Posso falar duas coisas: ele teve sorte, porque quatro, cinco anos atrás, foi lançado um novo padrão 8860, com uma estrutura de carbono, em que os capacetes têm de suportar uma carga muito maior que o padrão da F-1."

"A FIA apresentou dados necessários para que o capacete fosse ainda melhorado. Existe uma investigação bastante ampla para descobrir o que você pode fazer no formato para que essas peças não atinjam a cabeça dos pilotos", completou.

"Você precisa de uma abordagem pragmática. Analisar o que aconteceu, o que pode ser feito e como evitar. Depois disso, você pode introduzir mudanças. A investigação é sobre o que pode ser feito e isso está em andamento ainda. Todas as áreas que são críticas estão sob investigação e tudo será melhorado."

Rosberg, que está em sua quarta temporada na F-1, disse que certamente as mudanças ajudarão a trazer mais segurança, mas destacou que o nível de proteção dentro dos cockpits atuais já é extremamente alto devido à evolução pela qual passaram de alguns anos para cá.

"Há algumas semanas eu estiva em Silverstone e corri com o carro de meu pai, Keke, que já tem 30 anos. Estava com medo de frear porque a pista estava molhada e o cockpit era de alumínio, com apenas uma fibra de vidro no meu ombro. Fiquei com muito medo", disse o piloto da Williams.

http://tazio.uol.com.br/f-1/textos/14268/