sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Formula 1 e suas cores

Hoje, a cor do patrocinador predomina num carro de F1. Mas você sabia que antigamente o carro tinha a cor que representasse o seu país?

Explicações:

Tem uma tradição no automobilismo que diz respeito às cores dos carros relacionadas à sua nacionalidade. Antes da Fórmula 1 ser invadida por patrocinadores que pintavam os carros com suas cores (e nisso a Lotus foi a pioneira, com o vermelho e dourado da empresa de cigarros Golden Leaf), as equipes, inicialmente obrigadas e depois já como tradição, costumavam pintar seus carros de acordo com o país de origem.

Os times ingleses tinham o verde escuro como cor principal. A Lotus usava o verde, mas tinha como cor secundária o amarelo, que tb entrava no escudo do time, e por isso havia uma faixa amarela sobre o carro. Em 1991, quando perdeu o patrocínio da Camel, e veio para o campeonato sem anunciantes importantes, a Lotus voltou a exibir, no bico e nas laterais do carro, sua cor verde original, que prevaleceu até a falência da equipe em 1994. A BRM fazia o mesmo, e quando faliu, tinha um carro sem patrocinadores, inteiramente verde. A Brabham foi verde durante toda a década de 60. Um exemplo mais recente é a extinta Jaguar, que apesar de ser uma marca Ford, cuja cor oficial é azul, veio pintada de verde, já que Jaguar é uma subsidiária inglesa, e a cor nacional foi respeitada.

BRM: O verde escuro dos britânicos.

Os italianos sempre usaram o vermelho. Nos anos 50, auge da influência italiana na Fórmula 1, tínhamos Alfa, Lancia, Ferrari e Maseratti correndo com a mesma cor. Quando vieram os anos 70 e o patrocínio se tornou fundamental na estética, a Ferrari já era a equipe mais importante, e usou isso muito bem para preservar a cor, que a princípio era comum a qualquer equipe italiana, mas que ela habilmente se apropriou como uma marca sua. E assim, apesar de ocasionalmente ceder um espaço branco para a Marlboro, o vermelho permanece. Mais recentemente, a Alfa Romeo e a Dallara usaram o vermelho como cor principal, mesmo quando não tinham patrocinadores para isso.

Ferrari: Tradicionalmente vermelha.

As equipes francesas usavam o azul. A Bugatti, tradicional montadora francesa, mas que não obteve sucesso na Fórmula 1, tinha carros azuis. O vencedor duas vezes do GP de Mônaco Maurice Trintignant fundou uma equipe própria usando chassis britânicos Cooper, e pintou seu carro de azul. A Matra também entrou azul na Fórmula 1, e o azul da Tyrrell inglesa durante toda a década de 70 é herança do azul da Matra, que Ken Tyrrel administrava. A Ligier sempre foi azul, do começo ao fim.

Bugatti que competiu na F1.

Os japoneses usavam carros brancos e vermelhos, como a sua bandeira. Era assim com a Honda dos anos 60, e voltou a ser assim com as escuderias japonesas nos últimos amos (Honda, Super Aguri e Toyota).

Surtees num Honda em Goodwood: Relembrando os velhos tempos.

A Alemanha tinha como cor principal o prateado. Foi com o prateado que a Mercedes de 1955 ficou conhecida como Flechas de Prata, e foi com prateado que BMW e Porsche fizeram sua aventura na categoria nos anos 50 e 60. e Hoje em dia é o que determina a cor da McLaren, mesmo sendo esta uma equipe inglesa.

A Porsche já esteve na F1, e utilizou o tradicional prateado dos alemães.

Nos EUA as cores não tinham muita significância. O país da livre iniciativa via todo o arco-íris de equipes nacionais desfilar em Indianápolis nos anos 50, mas nos anos 60, a pequena Anglo American Racers e a Eagle de Dan Gurney tinham cores azul e branca.

Um Scarab Norte-americano: Apesar de os franceses utilizarem os carros azuis e da pouca manutenção de cores fixas dos yankees, um exemplo guardado um pouco melhor na cabeça de todos eram os carros azuis com belos traços brancos.

E o Brasil? Bom, a Escuderia Bandeirante, de Chico Landi, apesar de usar os carros Maserati, vinha pintada de amarelo com rodas verdes. A Fittipaldi alternou entre prateado, branco e amarelo, enquanto a Forti Corse (sediada na verdade em San Marino, mas de uma sociedade ítalo-brasileira) era inicialmente amarela.

Carro que Chico Landi utilizou em provas de F1.

Moreno levantando voo em Suzuka, com a Forti Corse em 1995: Carro com dois pilotos brasileiros, cores do Brasil, e repleta de patrocinadores brasileiros. A falta de dinheiro pesou, e a equipe foi um fiasco.