Enquanto alguns solitários torcedores de algumas escolas se dividiam sozinhos nas arquibancadas do Anhembi, a torcida fanática da Gaviões da Fiel lotava a parte superior do sambódromo. A festa era linda, mas algo estava errado. A cada 10 da escola ecoado pelo já tarimbado mestre de cerimônia Zulu, a torcida vibrava. Porém vibrava de um modo errado, confundindo o que é carnaval com o que é futebol. Gritava que lá tinha um bando de loucos pelo Corinthians. Pelo Corinthians? Corinthians virou escola? Como diria o Pensador do século, pode isso, Leci?
A torcida parecia estar confiante. Antes mesmo do desfile das escolas, havia quem dizia que tudo já estava planejado a marmelada, e que o título ficaria com a Gaviões graças aos 100 anos do Corinthians. Mas isso não aconteceu ao fim das notas, e acabou causando problemas no sambódromo.
Enquanto a Rosas comemorava o título, os diretores da Gaviões da Fiel promoviam um verdadeiro show de horrores. Nada parecia ser consolável a um grupo que de virtual campeão antes mesmo dos desfiles, amargasse um quinto lugar, atrás mesmo da jovem escola Mancha Verde, dita a maior rival somente pelo futebol, já que no carnaval elas de fato nunca duelaram pra valer por um título.
Cenas como essa se repetirão eternamente?Cadeiras voavam. Membros da Gaviões promovem uma desgraçada cena que somos obrigados a ver sempre na TV. Algo lamentável.
Ficam as perguntas: Que exemplo seguir? O que leva aos torcedores comuns serem civilizados se nem ao menos as cabeças desses grupos agem com destreza? Qual o exemplo que pessoas desse tipo deixam as crianças? Como resolver o problema da violência no futebol, se nem ao menos propagam a paz em uma festa como é o carnaval? Como vovó já dizia, o mal se corta pela raiz.
