sexta-feira, 7 de maio de 2010

Amor Vulgar


Desde meados de 2004, quando começou pra valer a moda dos sites de relacionamento no Brasil, é que o amor está em todos os lugares em que a gente possa olhar, sobretudo num perfil de orkut de uma piriguete.

E a guerra fria e eterna dos pseudo-intelectuais contra os psy-funk modinhas corre solta internet afora. Seja por Facebook, por Twitter, por blogs, por MySpace ou pelo campo de batalha mais diversificado que é o Orkut.

A verdade é que existe uma parte da sociedade que tem repúdio por declarações de amor públicas, nem que sejam verdadeiras, sobretudo por sites de relacionamento. Geralmente essas declarações de amor vêm repletas de coraçõezinhos, estrelinhas, rimas baratas e erros de português, de autoria do psy-funk modinha. E isso, claro, é um prato cheio para o esfomeado pseudo-intelectual que odeia absolutamente tudo, menos odiar as coisas, seu hobby.

Geralmente depois disso, o pseudo-intelectual vai lá e parafraseia o julgado burrinho com ofensas indiretas, que vão de simplesmente imitá-lo em gírias do internetês, até fazer coisas mais burras que ele sem realmente perceber isso.

E onde cabe o amor em tudo isso? Cabe que os psy-funk modinhas, de nome científico celularispenduradus nopescocius, declaram seu amor um ao outro em páginas de relacionamento, se pedem em casamento, mandam depoimentos bregas e apaixonados um ao outro, mesmo se conhecendo a umas 2 horas.

Enquanto isso o pseudo-intelectual, de nome científico leitorassidium dowikipedium critica-os, enquanto se declara para seu amor via MSN e toma seu porre de danoninho.

O amor é simples. A gente não precisa dar valor a sua vulgarização. O amor verdadeiro se sente a quilômetros de distância, mesmo se não houver palavra.