domingo, 28 de fevereiro de 2010

Queixa sobre adoções de animais na cidade de São Paulo

Eu nunca fui muito de reclamar da prefeitura de São Paulo, mesmo a cidade tendo altos índices de violência, ensino precário em algumas instituições ou sistema de saúde enfrequecido, além do trânsito e superlotação de conduções públicas, fora os alagamentos que, creio eu, não havia muito o que se fazer mesmo. Mas hoje o centro de zoonoses de SP, que eu achava que tinha alguma serventia me decepcionou profundamente.

Vou contar a situação. No meu prédio, na sexta feira apareceu uma gata cinza, tigrada, de olho amarelo esverdeado, de aproximadamente 6 meses de idade, que miava de fome. Dei comida duas vezes ao animal que dormiu na rua na noite de sexta para sábado. No sábado pela manhã, iniciou-se o processo de desratização do condomínio, e a gata andava solta pelo prédio correndo o risco sério de ingerir veneno e vir ao óbito. Não aguentei a situação e a trouxe para o apartamento até encontrar alguma solução ao animal. Quem me conhece sabe que tenho um gato em casa, o Dominiki, que sempre viveu sozinho e teve poucos contatos com outros animais durante sua vida. Ele ficou agitado com a situação, aparentando-se enciumado com a 'hóspede'. Ela ficou durante todo o sábado em casa, e os dois trocando farpas um ao outro, rosnando e ameaçando golpes. Decidimos em casa que seria difícil ficar com ela por vários motivos, entre eles pelo Niki que está diferente com a chegada dela, fora as despesas de um novo animal, vacinas e etc. Foi como um filho não planejado, devidas proporções. Entretanto, durante todo o sábado ficamos com ela em casa, depois de levarmos a alguns pet shops e já sermos informados de que a prefeitura não permite mais doações de animais nos estabelecimentos (Não me pergunte o por quê dessa lei estúpida. Eu realmente não entendo o que o governo e o município querem com lei da banana, por exemplo). No domingo (Hoje) pela manhã (Agora a pouco) ligamos para o centro de zoonoses da cidade de São Paulo, órgão da prefeitura de São Paulo, e perguntamos qual seria a medida necessária a ser tomada com a gata. Primeiro ponto, eles não aceitam animais doados (Por que pegam da rua, mas não aceitam doados?). Segundo ponto, a única forma de nos 'livrarmos' do animal seria levar em um endereço fornecido pelo órgão público, que lá eles recolheriam o animal, mas com um pequeno detalhe: eles incinerariam o animal. Isso mesmo, eles tirariam a vida do animal sem mais nem menos, e após isso os queimariam. O mais ridículo disso é que depois disso, nós mesmos teríamos de pegar os restos do animal e deixar no aterro sanitário! Um absurdo!

Resumindo, a gata está aqui em casa até segunda ordem. No que diz respeito a mim e minha família, temos coração. Já tiramos ela da área de risco de veneno para não morrer, e seria ridículo o que já gastamos com ela por carinho ao bicho ser jogado ao ralo para ela morrer (R$ 45,00 de um fortificante, pois ela está desidratada, e mais R$ 32,00 em ração). Se quisessemos isso teríamos soltado ela em qualquer via movimentada para morrer atropelada ou algo parecido.

Não se importe em divulgar esse link. Eu não quero fazer propaganda de mim nem assumir uma liderança contra a prefeitura que acerta, mas também erra como exemplo nesse caso. Só quero justiça, pois animais também são crias de Deus, e muitos deles valem bem mais que alguns seres humanos.

Peço também desculpas a prefeitura caso fui injusto em algum ponto. O caso é que tudo isso que disse é verdade e foi me dito, sinal de, talvez, despreparo de seus funcionários que não sabem dar uma informação correta. Caso for completamente tudo verdade, peço que mudem o modo de tratar criaturas dependentes como os animais. Eu odeio esse papo sustentável demais, mas em casos extremos como o esse, me sinto na obrigação.

Fica aqui um desabafo.