sexta-feira, 26 de março de 2010

O Julgamento

Com todo esse rolo do caso Isabella, tentei ao máximo não citar tudo isso aqui no blog para não cair na mesmice e repetir tudo aquilo que a gente vê no jornal todo dia, mas acontecem coisas que eu definitivamente não entendo.

O primeiro ponto é que eu não entendo de onde sai tanta gente curiosa quando acontecem coisas desse tipo em âmbito nacional. Aparece gente de todos os lugares do país, que se afirmam estar na porta do tribunal por algum outro motivo que não seja pura curiosidade, é mentira. Pode haver outro motivo, mas a pessoa que vai lá, deixa seu emprego, sua casa, sua família, só para acompanhar tudo de perto, é porquê é um curioso de primeira linha, já que a TV só fala disso.

O segundo ponto é que não existem provas concretíssimas do assassinato da menina por parte do casal. A pergunta que fica é: Por qual motivo eles choram tanto e não se entregam em hipótese alguma, para a redução da pena? Se eles fossem realmente culpados, talvez fariam isso. Não protegendo ninguém, mas eu não posso acusar ninguém sem ter provas verdadeiras. Nem eu, e nem ninguém, como fazem muitos.

Outra coisa que intriga é ver críticas e mais críticas, xingamentos e vaias para o advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval. Ele foi pago para defender o casal, e vem tentando ao máximo desempenhar um bom papel no julgamento. É a obrigação de advogado dele. Todo criminoso que tem dinheiro contrata um bom advogado para defendê-lo em seu julgamento. Por quê tanta gente fica na porta do tribunal somente para vaiar um homem que somente cumpre seu dever? Podval não é o alvo correto.

Agora eu lanço uma hipótese: E se o casal for absolvido? Simplesmente correrão o sério risco de serem linchados na rua posteriormente se saírem sem segurança adequada. Nem que eles não sejam realmente culpados, carregarão o fardo de morarem no Brasil, a terra do povo que acusa sem provas, xinga sem motivo, e dá valor pura e somente a jornais sensacionalistas que passam na TV. Aliás, o brasileiro pede justiça no caso, mas caso o casal seja absolvido, a justiça não terá sido feita. Nem que eles sejam inocentes.

Não sou perito em nada e nem quero defender ou acusar ninguém, mas é tudo uma questão de princípios. Ou o brasileiro cria uma idéia própria na cabeça, ou simplesmente continua ridiculamente perdendo seu tempo na frente de um fórum.