quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Grande Gunnar Nilsson

Bom, escrevi esse texto já faz um tempo, e ele consta num outro blog onde faço parceria com o Tonella. Pra quem gosta de F1, fica a dica:


Gunnar Nilsson é o típico piloto reserva da Fórmula 1 romântica. Aquele que ninguém dava valor antes de uma corrida de verdade. E essa corrida de verdade só aconteceu por causa de um desentendimento entre duas lendas da F1: Ronnie Peterson e Colin Chapman.

Depois da discussão logo após a primeira etapa do campeonato de F1 de 1976, realizada no Fascinante Interlagos, ainda com o Anel Externo sendo utilizado, lá estava ele em Kyalami, entrando no Cockpit da Lotus-Cosworth, que antes fora usado por seu compatriota, e fazendo uma corrida discreta, concretiza sua estréia na F1.

Na sua segunda corrida da carreira, e terceira do ano, Gunnar aproveita toda a qualidade dos bólidos Britânicos e conquista seu primeiro pódio: um terceiro lugar no GP de Jarama, na Espanha. Além desse pódio em Jarama, Gunnar conquistou mais um terceiro lugar no ano de 1976, desta vez, no GP austríaco de Österreichring. Terminada a temporada de 1976, Nilsson é convidado a manter-se na equipe por mais um ano por Colin. Oportunidade bem aceita pelo piloto.

Começando 1977, e Nilsson repetindo a função de escudeiro de Mario Andretti, obtém sua primeira (e também única) vitória na carreira. Ela aconteceu em Zolder, na Bélgica, debaixo de muita chuva. No mesmo ano de 1977, Gunnar conquista mais um pódio (o qual seria o último de sua carreira) no GP de Silverstone.

Mas quando mais a temporada ia chegando ao seu final, seu desempenho cada vez mais piorava e sua doença se agravava quase descontroladamente, tendo dores de cabeça fortíssimas, as quais o faziam desmaiar em algumas circunstâncias. Cometeu um grave erro: preferiu terminar a temporada para consultar um médico. Diagnosticaram Nilsson com um Cancro no testículo, o qual, nessa altura, já estava muito avançado.

Deu uma pausa na carreira para tratar de sua doença, obrigando a Arrows, equipe pela qual correria no ano de 1978, procurar um novo piloto para o cargo.

Fez pousada no hospital britânico Chaning Cross, um dos hospitais mais capacitados em cuidar de tumores malignos, situado em Londres, para cuidar de sua doença.

Gunnar Nilsson era sempre homenageado por seus amigos nas corridas de F1. Perdeu seu cabelo fazendo Quimioterapia e Radioterapia. Estava cada vez mais debilitado.
Mario Andretti era visivelmente o que mais dava apoio a Gunnar, porém Ronnie Peterson (o velho-novo piloto da Lotus) também era muito solidário ao estado de Nilsson.

Foi então que no dia 11 de Setembro de 1978, Ronnie Peterson perdeu o controle do seu carro, no circuito Italiano de Monza, pois fora tocado por uma Arrows (o qual seria o provável carro de Gunnar, porém pilotado pelo então jovem Riccardo Patrese). Seu carro pegou fogo e sua vida teve fim no hospital, no dia 12. Gunnar, extremamente debilitado fez questão de comparecer ao funeral do amigo em Örebro, cidade natal de Ronnie. Inconsolável, voltou ao hospital Chaning Cross, onde morreu em 20 de setembro de 1978.

John Watson, Jody Schekter, Emerson Fittipaldi, Niki Lauda, James Hunt, um mêcanico, e atrás, já sem cabelos, pela radioterapia, Gunnar Nilsson, que viria a falecer 8 dias depois. (Mod. em 18/10/09)

Vale ressaltar que sua mulher, um ano depois de sua Morte fundou a Gunnar Nilsson Cancer Foundation, que consiste em tratar pessoas com câncer.

Gunnar é uma exceção a regra. Numa época onde pilotos perdiam suas vidas ao se arriscarem em verdadeiras cadeiras elétricas, Gunnar foi um dos poucos pilotos do período que não morreu atuando. Tinha potencial para ser um vencedor. ou melhor dizendo, tinha potencial para ser um campeão mundial de F1.