sábado, 10 de julho de 2010

O dez de cinquenta


A Copa de 50, que foi marcada pelo Maracanazo, onde mais de 150 milhões 150 mil brasileiros se calaram com a derrota sofrida para o Uruguai, tirando o que seria o primeiro título brasileiro de seleções do Brasil, teve seu camisa 10. Naquela Copa, o dez do time foi Danilo Faria Alvim, ou somente Danilo. Em 1950 o jogador já tinha 29 anos, atuava como meio campo, e era apelidado de príncipe pelo seu estilo refinado de jogar. Sua carreira foi totalmente baseada no futebol carioca, onde teve passagens por grandes clubes como Botafogo, Canto do Rio e América, times fortes na época. Mas onde se destacou mesmo foi no Vasco da Gama. Jogou no clube por oito anos, entre 1946 e 1954, onde conquistou o Campeonato Sul-Americano de Campeões em 1948, e o Campeonato Carioca nos anos de 1947, 1949, 1950 e 1952.

Apesar de Danilo Alvim ter sido um dos jogadores que amargaram aquela derrota no Maracanã, ele obteve glórias vestindo a camisa da seleção brasileira. Além dos 27 jogos com 18 vitórias, 3 empates, 6 derrotas, e marcando 2 gols, conquistou os títulos do Campeonato Sul-Americano em 1949, a Taça Rio Branco em 1947 e 1950, além da Taça Oswaldo Cruz em 1950.

Depois do término de sua carreira no futebol dentro dos campos, Danilo Alvim ainda foi técnico, dos bons. Ganhou treinando a seleção boliviana o Campeonato Sul-Americano de Futebol em 1963 (Título esse o único oficial da Bolívia até hoje), além de ter ganho pelo Clube do Remo o paraense de 1969, e o bi do Campeonato do Norte, em 1968 e 1969. Conquistou ainda pelo Itabaiana um sergipano, no ano de 1981.

Solitário depois da morte de sua esposa, vivendo com um salário mínimo de aposentadoria e com as boas lembranças do passado na memória, o jogador que quase não pode exercer o futebol por ter sido atropelado por um carro e ter ficado 18 meses com gessos nas pernas, o histórico homem exemplo de atleta e de superação nos deixou em 16 de maio de 1996, aos 75 anos.